sábado, 12 de fevereiro de 2011

Segue a celebração pela renúncia de Mubarak Egípcios continuam na Praça Tahrir comemorando a queda do presidente

Praça Tahrir, no Cairo Manifestantes permanecem acampados na praça Tahrir; a intenção é retirar as tendas neste sábado, mas antes querem ouvir o próximo comunicado das Forças Armadas (Marco Longari/AFP)
Milhares de egípcios continuaram celebrando neste sábado na Praça Tahrir, no Cairo, a renúncia de Hosni Mubarak, após uma longa noite de euforia durante a qual as frases mais ouvidas foram "liberdade" e "viva o Egito".
No primeiro dia sem Mubarak depois das três décadas que o líder ficou no poder, os egípcios agitaram a bandeira do país e não esconderam a felicidade e a esperança pelo começo de uma nova era. A Praça Tahrir, símbolo da revolta popular que começou em 25 de janeiro e forçou a saída de Mubarak, mantinha seu ambiente festivo após uma noite de vigília.
O acampamento montado no centro da praça, na qual pernoitam várias pessoas há duas semanas, ainda nãohavia sido levantado no começo da manhã deste sábado. A intenção é retirar as tendas neste sábado, mas muitos preferem aguardar para ouvir o próximo comunicado das Forças Armadas, disseram alguns dos manifestantes.
À espera destes anúncios e decisões, eram muitos os manifestantes que limpavam a praça durante a madrugada, organizados em círculos, e começavam a retirar as barricadas montadas para se defender dos possíveis ataques dos partidários de Mubarak.
Enquanto isso, dezenas de milhares de pessoas, entre elas várias famílias com crianças, celebravam com orgulho o fato de terem conseguido derrubar um dos regimes mais estáveis da região. Fogos de artifício, gritos, canções e danças, acompanhados pelo contínuo som das buzinas dos carros, foram a tônica até a madrugada para comemorar a revolução.
Renúncia - O anúncio da renúncia de Mubarak foi feito pelo vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, na última sexta-feira, em uma breve declaração na TV estatal. Ele adiantou que Mubarak entregou o poder ao alto comando das Forças Armadas. A multidão de manifestantes que pedia sua saída há 18 dias comemorou nas ruas do Cairo, aplaudindo, balançando bandeiras, se abraçando e tocando buzinas. "O povo derrubou o regime", gritavam.

Segundo o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio, Suleiman também renunciou ao cargo de vice-presidente. A saída acontece um dia após Mubarak anunciar que permaneceria no cargo que ocupava havia mais de 30 anos, apesar da grande pressão popular. Ainda nesta sexta-feira, o ditador deixou o Cairo, acompanhado da família, para ir ao balneário Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, onde tem uma casa.

Pouco depois, o secretário-geral do governista Partido Nacional Democrático, Hossam Badrawi, também renunciou ao cargo, informou a rede Al Arabiya. Ele havia assumido o posto pós a renúncia de Safwat el-Sharif, ex-secretário-geral do partido, e Gamal Mubarak, filho do presidente que liderava o comitê político do PND, no último domingo.

Exército - O Conselho Supremo das Forças Armadas anunciou que colocaria fim à Lei de Emergência, que restringe a liberdade civil no país desde 1981, "assim que se acabar a situação atual". Em comunicado, também prometeu não perseguir os "honoráveis cidadãos que rejeitaram a corrupção e pediram reformas", além de garantir as reformas prometidas por Mubarak. A nota foi emitida após uma reunião do Conselho, presidido pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi.

No dia anterior, o Conselho Supremo das Forças Armadas insistiu em seu apoio "às legítimas reivindicações do povo" e afirmou que está "estudando medidas" para defender os interesses do país. A emissora de TV pública mostrou imagens do Conselho, mas entre os presentes não se encontrava Mubarak, comandante-chefe das Forças Armadas, o que alimentou ainda mais os rumores sobre sua possível saída.


Postado Por Alair Alcântara


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