terça-feira, 13 de março de 2012

Afegãos protestam contra EUA; Talibã começa retaliação


Manifestantes afegãos queimam boneco que representava o presidente americano Barack Obama em protesto contra a morte de civis por soldado dos EUA
Manifestantes afegãos queimam boneco que representava o presidente americano Barack Obama em protesto contra a morte de civis por soldado dos EUA (ORULLAH SHIRZADA / AFP)


Centenas de jovens saíram às ruas gritando 'Morte aos EUA', enquanto o grupo terrorista atacava uma comitiva do governo que investigava o massacre

Centenas de pessoas saíram às ruas nesta terça-feira no Afeganistão para protestar contra a morte de 16 civis por um soldado americano na madrugada de domingo. O soldado abriu fogo contra moradores de casas próximas à base da Otan em Kandahar, matando nove crianças, além de mulheres e idosos. Também nesta terça, os terroristas do Talibã atacaram  uma delegação oficial afegã que visitava a zona no sul do país, onde ocorreu o massacre.
A delegação investiga o massacre e dela participam dois irmãos do presidente afegão, Abdul Qayum Karzai e Shah Wali Karzai, e o governador de Kandahar, Toryalay Wessa, entre outras autoridades. Um soldado morreu e outros três ficaram feridos, de acordo com a rede britânica BBC. "Os terroristas abriram fogo  contra a delegação afegã que visitava o povoado de Balandi Pul", disse um líder tribal do distrito de Panjwai, Hajj Hagha Lalai Dasgeri, à agência de notícias EFE.
Parte da delegação viajou para Kandahar, a principal cidade do sul do país, situada a 45 km de distância, mas outros integrantes permaneceram no local para investigar o massacre de domingo. O ataque aconteceu no distrito de Panjwayi, na província de Kandahar, um bastião dos talibãs. "Pelo menos um inimigo estava escondido. Abriu fogo quando a delegação chegou. Um soldado morreu e um policial ficou ferido", declarou o porta-voz do ministério afegão do Interior, Sediq Sediqqi. "Os tiros duraram 10 minutos", disse uma testemunha.
Na província de Jalalabad, próxima à fronteira com o Paquistão, centenas de manifestantes, a maioria estudantes universitários, tomaram as ruas, de acordo com Zaii Abdulzai, porta-voz de Jalalabad. Segundo ele, não houve tumultos ou violência por parte dos estudantes, mas a maior estrada da região precisou ser fechada.
No primeiro grande ato após a chacina, 400 estudantes saíram às ruas de Jalalabad, principal cidade do leste afegão. O massacre de domingo aconteceu poucas semanas depois da queima de exemplares do Alcorão por soldados americanos na base de Bagram, ao norte de Cabul, ato considerado uma blasfêmia e que desencadeou uma onda de violentas manifestações antiamericana, que deixou quase 40 mortos em todo o país. Os manifestantes gritavam "Morte aos Estados Unidos, morte a Obama!" e exigiram um julgamento público do soldado no Afeganistão. Também defenderam a jihad (guerra santa).
(Com agências France-Presse EFE)

Postado Por Alair Alcântara
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