quinta-feira, 7 de julho de 2011

Escândalo com jornal reduz influência política de Murdoch


Murdoch decidiu interromper a circulação do News of the World por causa das suspeitas de que seus profissionais fizeram escutas telefônicas ilegais

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Getty Images
Prédio da News International, que publicava o tabloide "News of the World"
Prédio da News International, que publicava o tabloide "News of the World"
Londres - O fechamento do jornal mais vendido da Grã-Bretanha deve enfraquecer a influência política do magnata Rupert Murdoch no país, pelo menos em curto prazo, depois do escândalo de grampos telefônicos que abalou também a imagem do primeiro-ministro David Cameron.
Murdoch decidiu interromper a circulação do News of the World por causa das suspeitas de que seus profissionais fizeram escutas telefônicas ilegais, inclusive de uma menina assassinada e de soldados mortos em guerras.
A revelação causou indignação na opinião pública e foi tema de uma rara sessão de emergência do Parlamento na quarta-feira. Campanhas surgiram na Internet convocando um boicote à publicação, que tinha 168 anos de idade, e várias empresas haviam dito que não anunciariam mais no jornal.
O australiano Murdoch é proprietário também do popular tabloide Sun, do influente The Times e do canal de TV Sky, entre outros. Políticos como Cameron e o ex-premiê Tony Blair costumavam cortejá-lo ativamente. Blair teria inclusive viajado à Austrália antes de uma eleição para um beija-mão.
"Os políticos estão desesperados para se distanciarem do império Murdoch", disse Jonathan Tonge, professor de Ciência Política na Universidade de Liverpool.
"O legado disso em longo prazo é que nenhum político irá jamais querer ser visto como próximo demais de editores de jornais ou conglomerados de mídia. É simplesmente perigoso demais", acrescentou Tonge, que calcula que os jornais impressos - apesar da atual queda na circulação - ainda determinam os votos de 5 por cento do eleitorado. Em 2009, o Sun apoiou Cameron.
"Em curto prazo, políticos de todos os matizes que vinham se mostrando muito ávidos por terem a mídia de Murdoch ao seu lado podem querem se distanciar", disse Andrew Russell, conferencista de política na Universidade de Manchester.

Postado Por Alair Alcântara

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