segunda-feira, 30 de maio de 2011

Três questões-chave do acidente do AF 447 sobre as quais ainda pairam dúvidas


O que o relatório divulgado nesta sexta-feira pelas autoridades francesas ainda não esclareceu

Jones Rossi e Marco Túlio Pires
Destroço do Airbus A330: as causas do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas
Destroço do Airbus A330: as causas do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas (AFP)
Nesta sexta-feira, mais informações sobre a causa do acidente com o voo 447 da Air France, ocorrido no dia 1º de junho de 2009, foram reveladas pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil da França. O órgão, responsável por apurar o que provocou a queda do Airbus A330, divulgou a sequência de eventos que terminou com a morte da tripulação e dos 288 passageiros. Não se trata ainda de uma resposta definitiva sobre as causas do acidente, nem existe atribuição de responsabilidades, seja às empresas ou aos pilotos. No entanto, um cenário detalhado começa a se desenhar.
Neste momento, os indícios parecem indicar que na origem do acidente encontram-se falhas nos pitots, dispositivos que medem a velocidade do avião. Esses equipamentos provavelmente se danificaram sob as condições extremas a que o avião foi submetido no interior de uma cumulonimbus. Os pitots passaram então a enviar informações inconsistentes aos sistemas de controle da aeronave. Às 2h10, diante desses dados desencontrados, o piloto automático foi desativado e a condução da nave foi entregue aos copilotos Pierre-Cédric Bonin, de 32 anos, e David Roberts, de 37. Seguem-se então cerca de quatro minutos de pane de instumentos em cascata e tentativas da tripulação de estabilizar o avião. As informações divulgadas nesta sexta ajudam a compor o roteiro desses momentos de pandemônio.
Quando o piloto automático foi desligado, o comandante Marc Dubois, de 58 anos, não estava na cabine. Estava descansando - prática comum em voos dessa duração. Do momento em que foram chamá-lo até seu retorno à cabine transcorreram 50 segundos. Ele volta ao seu posto num momento em que o avião já perdeu a sustentação do ar, oscila lateralmente (em 40 graus no momento mais extremo) e tem os motores em força máxima. Antes de sua chegada, os pilotos também levantaram o bico do avião. Ao longo de um minuto, o ângulo passa de 3 para 13 graus (semelhante ao assumido numa decolagem). O avião permaneceu nessa posição até se espatifar no mar. Não há registro de nenhuma operação dos manches para mudar a inclinação da aeronave para baixo - o que seria o movimento padrão em situações de estolagem, ou perda de sustentação.
O que os pilotos, sim, fizeram, foi reduzir a aceleração da nave para 55% e empreender as chamadas "ações de pique", que buscam estabilizar a aeronave. Por 15 segundos, dois pilotos tentam assumir o controle do Airbus simultaneamente - mas a aeronave está programada para responder a apenas um controle por vez. Percebendo a confusão, um deles abandona as tentativas e passa o controle para o colega, dizendo "Vamos lá, você tem os comandos". Menos de um minuto depois, cessam todos os registros.
Veja abaixo quais pontos permanecem obscuros:


Postado Por Alair Alcântara


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