quinta-feira, 29 de julho de 2010

Serra nega ser “candidato da elite” e promete ampliação do Bolsa Família


Candidato afirmou que, se vencer campanha, vai governar para ricos e pobres

Do R7
Julia Chequer/R7 29.07.2010Foto Julia Chequer/R7 29.07.2010
Veja imagens da sabatinaSerra promete continuar com o Bolsa Família

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O presidenciável José Serra (PSDB) rejeitou nesta quinta-feira (29) em sabatina do R7 a pecha de "candidato da elite". Ao questionar onde estão os “ricos no Brasil”, ele prometeu ampliar o programa federal Bolsa Família. O tucano rejeitou o título de "candidato da elite" ao afirmar que a campanha presidencial petista de Dilma Rousseff tem muito mais dinheiro do que a dele.

- Cadê os ricos? Podiam estar me ajudando na campanha. A outra campanha tem muito mais dinheiro.

Veja bastidores da sabatina no blog

Serra afirmou, porém, que não dispensa o voto dos endinheirados.

- Eu não acho que alguém que ganhe dez salários mínimos ou tenha feito universidade seja da elite, seja rico. [...] Quero governar para todos, para o Brasil.

Para não deixar dúvidas, Serra prometeu que vai ampliar o Bolsa Família, um dos principais programas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- [O programa] deve ser ampliado e vai ser ampliado. [...] Hoje tem muita gente que devia estar recebendo e não está.

O candidato disse ainda que quer melhorar o valor do Bolsa Família e vinculá-lo a políticas públicas, como capacitação profissional.

- Tem que dar treinamento, ensino técnico. Vamos criar 1milhão de vagas a mais [no ensino], com diversidade de profissões.

Serra também citou o Protec - uma espécie de Prouni (programa do governo federal que dá bolsas em instituições particulares) - do ensino técnico.

O tucano chamou de "intriga" os boatos de que ele poderia acabar com o Bolsa Família ou não cumprir a promessa de ampliar o programa, feita por ele.

Pedágios

Serra criticou o estado de conservação das estradas federais ao ser questionado sobre os preços cobrados pelos pedágios no Estado de São Paulo, governado por ele até sua renúncia ao cargo para se candidatar à Presidência.

Questionado sobre a cobrança de pedágios nas estradas paulistas e o modelo adotado pelo governo federal, Serra voltou a criticar o mau estado de conservação das rodovias administradas nacionalmente. Segundo ele, entre 2003 e 2009, o governo Lula arrecadou R$ 65 bilhões com a Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico), mas não investiu nas estradas nem um terço disso.

- Hoje, oito de cada dez rodovias federais estão em má situação. Está faltando investimento em rodovias.

Temas polêmicos

O tucano defendeu a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Sobre a liberação da maconha, no entanto, o candidato se posicionou contra. Serra disse que é "a favor da união civil, com todos os direitos e efeitos práticos de um casamento".

Segundo ele, a nomeação da união como “casamento” depende de convicções religiosas.

Já sobre a descriminalização do consumo da maconha, ele se disse contrário por entender que ela é uma droga que "abre portas" para outras. Ele usou o exemplo do combate à Aids para falar de como deve ser a luta contra a droga.

- A droga envolve questões criminais, mas também educação e tratamento para os dependentes [...] Quando eu era ministro [da Saúde], tinha dinheiro do Banco Mundial para pagar publicidade contra a Aids na televisão.

Estatização

Ao ser questionado sobre quais empresas estatais privatizaria, Serra aproveitou para alfinetar o presidente Lula. Segundo o tucano, Lula privatizou tanto quanto o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

- O Lula também privatizou, privatizou dois bancos, privatizou a hidrelétricas, como a de Belo Monte. É tudo dinheiro público, mas o dono é privado. A Transnordestina também.

Questionado se teria uma política semelhante, no entanto, Serra disse que não privatizaria qualquer empresa pública, mas sim “estatizaria” as atuais.

- O que vou fazer é estatizar os Correios, porque estão servindo a fins privados. O Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportese] a Funasa [Fundação Nacional de Saúde], que foram destruídas pela fisiologia dos partidos políticos. As agencias reguladoras, apropriadas pelos partidos para negócios. Vou estatizar coisas que são do governo, mas estão servindo a interesses privados.

Salário mínimo

Serra defendeu um novo modelo de aposentadoria aos trabalhadores que ainda não entraram no mercado de trabalho, com dez anos de idade, ou que ainda são jovens e começaram a contribuir agora com a Previdência.

- Eu defendo um novo esquema de aposentadoria para quem está nascendo agora [...] Vamos pensar nesse novo mercado de trabalho que fique valendo tanto para a área pública quando ao INSS [em referência ao rombo da previdência, quando a despesa é maior que a arrecadação].

Sobre a decisão de veto do fator previdenciário, que impede o trabalhador de conseguir a aposentadoria integral mais rápido, Serra disse que respeita a decisão e que não “usaria como instrumento de campanha”, em alusão ao reajuste de 7,7% concedido aos aposentados pelo atual governo para quem ganha acima de um salário mínimo (R$ 510).



Postado Por Alair Alcântara



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