domingo, 18 de julho de 2010

Tráfico executa dois na madrugada

VIOLÊNCIA - Envolvidos em consumo e tráfico de entorpecentes são mortos a tiros

Mesmo alertado pela família, um jovem de 19 anos acabou executado durante a madrugada de ontem, por causa de suposto envolvimento com drogas. Rafael do Rosário Lopes morreu a tiros assim que chegou em casa, em Marituba, por volta das 4 horas. Ano passado, ele havia sido preso por tráfico e estava foragido desde dezembro. Suspeito de tráfico e homicídio, Antônio Sebastião Gomes Rosa, 35 anos, foi perseguido e assassinado com seis tiros ontem, no bairro do Maguari.

Vizinhos de Rafael Lopes, na invasão Campo Verde, com entrada pela Alça Viária, disseram ter ouvido seis disparos no meio da madrugada. Não houve quem tivesse visto a movimentação na hora, para dizer se era um ou mais assassinos, e se chegaram a pé ou em algum veículo.

O corpo de Rafael ficou jogado no chão do quarto onde morava. A área, cedida por sua avó, tem terreno grande e um cubículo que servia apenas de lugar para dormir. De objetos, havia pouca coisa além de um colchão, TV, poucas roupas e uma bicicleta. Rafael estava sujo e usando apenas short, dando a ideia de que tivesse acabado de chegar em casa quando foi alvejado.

A vítima passou a morar só quando saiu da cadeia - para não voltar mais - durante o indulto de Natal, conta sua tia, Maísa de Jesus. Antes disso, já havia sido rejeitado pela mãe e mandado para a casa do pai, no Tapanã, bairro onde foi flagrado pela polícia na casa de um traficante. "Mesmo vivendo só, estava sempre na casa da mãe, porque sempre comia lá. Ela dava dinheiro às vezes; a gente sempre aconselhava ele, falando para se endireitar. Falta de aviso não foi", conta a tia.

Segundo Maísa, seu sobrinho parou de estudar na 5ª série, após repeti-la cinco vezes, sob o pretexto de que precisava de mais tempo para trabalhar. Em vez disso, se envolvia em negócios misteriosos e chegava sempre de madrugada em casa. Nas últimas semanas, ela ficou sabendo que Rafael andava pelo conjunto Carlos Marighela, área onde ocorrem assassinatos frequentes e com vários pontos de venda de drogas. "A mãe dele achava que era fofoca, mas a gente sabe que ele fumava maconha. Todo mundo imaginava que isso (a morte) poderia acontecer, justamente por isso aconselhava e falava ‘se endireita’. Mas ele não queria saber e deu no que deu", conta. "Os irmãos todos dele trabalham; um na marinha, outro em serigrafia e outra em loja. Só ele que era assim", lamenta.

PERSEGUIÇÃO

Suspeito de homicídio e de tráfico, Antônio Sebastião Gomes Rosa, 35 anos, foi perseguido e assassinado com seis tiros ontem. Três pessoas em um carro o encontraram no bairro do Maguari e dispararam várias vezes contra ele. A vítima, conhecida como "Menstruado", em fuga, ainda pulou o muro de uma casa, mas logo morreu. Pela vizinhança, ninguém dá muitos detalhes sobre o ocorrido. A polícia procura a irmã de Sebastião, pois ela pode ter informações sobre a razão do homicídio.

Antônio Sebastião foi atacado enquanto caminhava pelas ruas do Parque Abolição com uma gaiola na mão, um passeio do passarinho. Um carro Corsa branco parou ao seu lado, na rua Quilombo dos Palmares, e três pessoas atiraram contra ele. Baleado nas costas, "Menstruado" correu e pulou o muro de uma casa próxima. Contudo, na queda teve uma fratura exposta na perna e ainda foi atingido por mais tiros. Ao verem a execução consumada, o trio de assassinos fugiu no mesmo carro.

Os três moradores da casa onde ficou o cadáver contam - sem querer se identificar, por medo dos bandidos - acordaram ao ouvir os vários disparos. Ao levantarem da cama, viram o corpo de um homem crivado de balas e com a perna quebrada.

De acordo com policiais militares da viatura 2174, da 14ª Zpol, Sebastião já havia sido preso por tráfico de drogas e era conhecido matador do bairro do Aurá. Por motivo desconhecido, estava passando alguns dias fora de sua casa, naquele bairro. Nas últimas noites, dormiu na casa da irmã, no Parque Abolição. "Daí que a irmã pode esclarecer alguma coisa. Fomos na casa dela agora de manhã e estava fechada. Mas, com certeza foi acerto de contas", supõe o delegado Marcílio, plantonista da Seccional de Ananindeua.


Postado Por Alair Alcântara



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